26 de out. de 2009

Não

Ela se sentia desfalecer pouco a pouco. Como uma árvore que perde as folhas no outono, como um Ipê que era de um amarelo majestoso, aos poucos se transforma em um monte de gravetos. Frágil, pronta pra ser quebrada ao meio. Não que ela nunca tinha se quebrado, ou que nunca tivesse ficado cinza antes. Mas dessa vez ela sentia que não aguentaria.
Abafava seus gritos no travesseiro, torturava-se com o cheiro do cabelo da outra em sua fronha. Como acreditar que estavam caminhando para um fim? Como soltar aquela mão, sempre tão fria, e deixa-la ir? Não, ela não permitiria uma coisa dessas.

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