25 de abr. de 2010

Nossas Noites Gélidas

De repente abro os olhos, acordo. Como se você me puxasse de volta para a realidade, me olhando duramente, olhos cinzas, de pedra.
Finjo que não acordei, me viro de costas pra ti, e sinto tua frieza por todo meu corpo. Desejo loucamente que não me toques, mas quanto mais te nego, mais te tenho; então sinto suas mãos passeando levemente por minhas costelas.
Congelo-me toda, perco o ar. Perco o ar pois tenho medo. É assustador te ver assim, como uma criança, despertando com o sol na janela. Sei que tudo não passa de uma grande mentira, perdemos nosso tempo, nossas noites... Nos perdemos...
Me viro, e volto a ver teus olhos cinzas, e tudo não passa de um sonho. Vou voltar a dormir até anoitecer.