11 de mai. de 2011

Falta Intensidade



Ele quis saber o por quê desse gosto. Eu que sempre fui mais de roer as unhas e menos de buscar um por que nas coisas, dizer-lhe-ia que era só porque gosto. Gosto assim, é como o gosto de café na boca, mas era o gosto dele em mim. Estava tudo bem, porque estava tudo simples. Confusa no meio da fumaça e das cinzas caidas de um cigarro barato, me obrigo a equacionar sensações. Colocando aquele sorriso na minha frente e somando ao cheiro do Marlboro ou aquele RayBan anos 50. Não chego a lugar algum.
As vezes penso que é tudo sobre voar ou não ter casa, andar descalça e enrolar o cabelo. E ele me diz que essas coisas acabam, que a gente cresce e deixa de sentir. Já começo a acreditar que é sobre medo, toda essa coisa de gostar, só pode se explicar quando uma mão fria é capaz de fazer tremer um coração.
É como se todos os orixás me cobrassem a alma para provar que acredito em um amor intocado. E mesmo que conhecesse o que isso quer dizer tudo continuaria igual. Falta intensidade, falta um pouco dele e um pouco de mim. Esse sem amor só de gostar faz isso com as pessoas.