8 de mai. de 2010

Tua

Outra vez senti cada parte do meu corpo trincar, quebrar e cair. A submissão tomava conta da minha existencia pouco a pouco. Então já não sabia respirar outra coisa que não teu ar, assim, junto ao meu.
Agonizando, mas ainda longe do fim, sinto teu corpo como uma dose de morfina, pesando sobre mim e apagando todas as minhas dores, lentamente.
Calo-me mais uma vez, como ousaria eu dizer-te tais coisas sem que me zombes? Bem sabes que nunca quis ser tua. Agora o que sabes? Nessa escuridão não podes mais ver minhas lágrimas. Mesmo assim sabes que nunca quis ser o que hoje sou. Tua, inteira, completa, e tua.