22 de set. de 2009

Um Domingo de Manhã

Ela, ao acordar, se depara com aquele rosto estranho, aquele corpo desconhecido. No criado mudo, ao lado da cama, pode ver cigarros, analgésicos e copos caídos. A dor no corpo é insuportável, o gosto amargo da noite passada insiste em não sair de sua boca. Tenta se lembrar do que aconteceu. Inútil. Só lhe vem à memória as luzes, a música alta, a multidão de pessoas, nada concreto, nada sólido.
Culpa-se, porém por apenas alguns segundos. Já não é a primeira vez que essa cena acontece. Sente-se envergonhada, promete para si uma mudança mesmo sabendo que não a irá cumprir.
Entrelaça as duas mãos nos próprios cabelos, sentada num canto da cama, deixa cair uma única lágrima, só uma, não mais que uma. Sozinha se levanta, abandonando o outro corpo que ainda dorme, tomando o caminho de um banho frio.

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