22 de set. de 2009

O Que Eu Não Disse

Seus braços enlaçam o meu corpo. Posso sentir suas mãos se agarrando as minhas costas. Mãos frias, como sempre, como sempre foram, percorrem suavemente a minha pele. Com delicadeza tento arrumar seus cabelos. Procuro seus olhos por detrás de mechas listas e castanhas. Não me seguro ao vê-los, castanhos também, olhinhos pequenos, infantis, não me seguro e deixo escapar um sorriso tímido.
Desvio o olhar e me deparo com nossas pernas tão enroscadas que não saberia definir onde termina o meu corpo e começa o seu. Fazemos parte uma da outra. Assim, tão iguais, tão encolhidas, entrelaçadas e envolvidas em um canto qualquer dessa sala um pouco suja.
Ameaço dizer que te amo, mas me desarmo ao sentir o peso da sua cabeça sobre o meu ombro. Você não precisa me ouvir, você já sabe.

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