17 de set. de 2009

Queda

Sua respiração estava falha, quase não sentia mais seu corpo. Por um segundo, um piscar, ela caiu. Caiu de joelhos, porém dentro dela mesma. Sentiu seu orgulho escapando de suas mãos como se fosse areia fina da praia, como em um desses fins de tarde que o vento forte corta a pele.
Todo o reino que tinham construido juntos já não passava mais de um brinquedo para ele. Ah! Ele mudara tanto... Agora tinha as mãos frias e seus olhos o denunciavam. Enquanto ela, ainda menina, se negava a ler em seu corpo os sinais daquela outra mulher.
E então caiu em sí, uma queda sem fim, deixando sair pelos seus gritos tudo aquilo em que um dia ela acreditara.

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