7 de jun. de 2011

Roda Gigante



Pra cada piscar de olhos, a certeza de uma noite mal dormida. O inevitável ocilar entre toda a negritude do seus próprios delirios e a graciosidade daquela pele, rosada por causa do frio. Essa era a infinita viagem entrem abrir e fechar os olhos naquela noite. Mas, o que ela podia esperar? Tinha abrigado todas as suas esperanças em um castelo de areia. Aquela qualquer coisa crua de um sentimento infatil meio natimorto foi esquecido em meio à tantas tempestades de vento. Que agora, mesmo impalpavél insiste em se fazer presente.
Pouco a pouco, como quem come sem fome, ela se entrega sem desejo. “Um, dois, três”. Ela conta, ela pensa, mas não calcula, é assim que ela mergulha, novamente de olhos bem fechados, na imensidão de todas as suas dúvidas. Como se anestesiada pela falta de talento do momento, pudesse ser perdoada pelas falhas do passado.
Levanta então o rosto, inundado de tormentos, na esperança de um gesto qualquer, que diga sim, ou ao menos talvez. Ilusão. Se engana conciente, e faz que está bem. Seu deus a pega pela cintura, ela sorri. Está feliz entre aqueles braços, e tudo recomeça, pela terceira ou quarta vez.

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