22 de jul. de 2011

Para apagar





Sim, de novo e mais uma vez, tento encher as mãos com qualquer coisa, só pela segurança de não me soltar de um porto que só é seguro dentro desse quarteirão. Se me perguntar, te digo com convicção que sei muito bem do que me carrego e de que não abandono. Presa no meio dessa neblina que já não me parece mais tão fria, te procuro atrás de sombras que eu mesma pinto nas esquinas. E pela primeira vez, sinto como se não conhecesse nada, nenhuma dessas calçadas que tanto andamos, dessas ruas que tanto corremos, desses bancos que muitas vezes não sentamos, mas pensamos em como seria bom ficar ali, só olhando os carros que passam e vão pra sabe-se lá aonde.
Assim sinto esse medo de qualquer coisa desconhecida tomando conta de tudo que tenho, esse medo de não saber mais quem é você, ou quem sou eu, medo mesmo de não saber onde está nosso começo e com isso tentar achar o fim das coisas, apenas por achar, e saber que esta ali.
Se sei de você, sei que é livre, e isso é tudo. Assim procuro mais um drink barato, apago meu cigarro, e espero te encontrar no próximo poste, ou quem sabe no seguinte.

2 comentários:

  1. Nunca esquecemos o começo, no entanto o fim é mais doloroso. Não procure começo, meio e fim, apenas viva isso com intensidade. E sim, é possível encontrar próximo de um poste, pois o mais importante carregamos no coração!

    Ps: me parece saudade isso aí!

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  2. "Se sei de você, sei que é livre, e isso é tudo. Assim procuro mais um drink barato, apago meu cigarro, e espero te encontrar no próximo poste, ou quem sabe no seguinte."

    isso é lindo !
    seu blog é lindo !

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