29 de mar. de 2010

Vergonha

Nossas mãos tão presas, e quanto a nós? Afogando-nos em nossas mentiras, mas nem por isso buscando a superficie. Presos à insesatez de nossos desejos mais egoistas, mais escondidos. Fecho os olhos e sinto seu gosto amargo, finjo ser doce, finjo ser flor.
Enquanto você constroe nosso castelo de areia debaixo dessa tempestade de ventos, eu tento estruturar nossas desculpas junto às criaturas absais de nossos sonhos. Vai doer, mas não vai acabar.
Queria te perguntar sobre o medo. Será que é certo temer o que não tem voz? Por que o silêncio assusta tanto? Te vejo mordendo os lábios, apertando os olhos e segurando o grito. Dá pena de nossas cores. Já assim, de tão poucos amores...
Vou deixando que a maré embale meu sono. Quanto a ti, já não sei nada, além de que não dormes mais.

2 comentários:

  1. "Vai doer E não vai acabar"
    .
    .
    .
    NÃO NÃO NÃO. Claro que acaba, espera.

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  2. Amei querida.
    Parabéns pelo o Blog.
    Estou te seguindo.

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