24 de mar. de 2010

Quase verdes, quase amor

De nada adiantaria fechar os olhos. Quantos segundos seriam perdidos para sempre? Não, ela não ousaria deixar de viver essa infinidade de milésimos. Olhava fixamente para aqueles olhos quase verdes que pareciam ocilar no que diziam. Em silêncio, nem diziam.
O cheiro de terra molhada, que entrará pela janela, aos poucos ia se misturando, e também tornando parte, do cheiro de suas peles. O barulho da chuva era a única canção daquela noite. Um pouco triste, talvez.
Os olhos ainda brilhavam. Inquietos. Com uma questionavel sinfonia de cores.
Quem sabe se isso é amor? E se for só aquela coisa que faz o coração da gente bater mais rápido? Ou então, poderia ser apenas o medo de perder aqueles olhos.
Não se negava o direito da dúvida. Enquanto não soubesse não fecharia os olhos, não adormereceria... Não perderia.

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