6 de dez. de 2009

Espera

Fechava bem devagar os olhos, enquanto colocava pra fora a fumaça do cigarro misturada com uma certa inquietude que tentava deixar de lado. Pela janela via apenas os faróis dos carros, piscando silenciosamente. Era avessa ao caos e a chuva daquela noite, então fechava os olhos.
Porque a inocência dos apaixonados existe, logo existe quem sofra pela paixão. Esperava e esperava, mesmo sabendo que ninguém chegaria. Cada batida de salto nas escadas em frente a porta aceleram-na toda, mas ninguém entra. Suaves febres a entontecem, o corpo vacila. Não chora, porém sabe da dor que esconde. Olha pela última vez através do vidro manchado da janela. A chuva não cessa, os carros não andam. Ninguém chega.

Nenhum comentário:

Postar um comentário